O Brasil é o segundo maior produtor mundial de frango, atrás apenas dos Estados Unidos, e líder global em exportação. No entanto, na contrapartida da pujança do setor, um elo dessa cadeia produtiva trabalha em condições precárias e insalubres, praticamente invisível para a sociedade e à fiscalização: os chamados apanhadores de frango. Cabe a esses trabalhadores encaixotar diariamente cerca de 15 milhões de frangos recolhidos nos aviários brasileiros, que são transportados para o abate nos frigoríficos. Além de jornadas exaustivas de mais de 14 horas por dia, inclusive nas madrugadas, os apanhadores estão expostos a diversos agravos à saúde.

Segundo André Campos, pesquisador da Ong Repórter Brasil, que foi conhecer a realidade dos apanhadores no município de Serafina Corrêa, no Rio Grande do Sul, eles apresentam problemas osteomusculares devido ao peso das caixas; doenças respiratórias, em decorrência do contato com dejetos das aves nos aviários, além de lesões de pele, causadas por produtos químicos utilizados para desinfetar os criadouros.

A atividade é realizada por empresas terceirizadas pelos frigoríficos, que obedecem a um rígido cronograma de trabalho imposto pelos contratantes. “A gente percebe que a fiscalização do governo é deficitária para atender à demanda, além do fato de que as multas para infrações trabalhistas são muito baixas no país e não coagem a cadeia produtiva a adotar melhorias nas condições de trabalho”, complementa o pesquisador.

A entrevista completa de André Campos sobre o tema está disponível na edição desta semana do podcast Podprevenir, no endereço www.podprevenir.com.br, também na versão mobile.

 

Fonte: Revista Proteção

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