Santos/SP – Técnicos da empresa americana Williams Fire & Hazard Control, especializada em incêndio, virão a Santos, nesta sexta-feira (10), para ajudar a estancar os vazamentos nos tanques da Ultracargo, que impedem o fim do incêndio na área industrial da cidade. A decisão foi tomada, na noite desta quarta-feira (8), pelo Gabinete de Integração. A empresa já atuou, por exemplo, durante a Guerra do Golfo para combater incêndios criminosos em poços de petróleo. O incêndio em Santos já dura uma semana.
Além dos técnicos, cerca de 500 mil litros de líquido gerador de espuma (LGE) serão trazidos pela Aeronáutica de diversas partes do país e devem ajudar no combate ao fogo. Mais de 400 mil litros do produto e da espuma F500 já haviam sido utilizados pelo Corpo de Bombeiros e brigadistas durante a ocorrência, além de 360 litros do isolante térmico `cold fire’.

Os bombeiros continuam o trabalho de resfriamento dos reservatórios com a água bombeada do mar. O objetivo é que o fogo não se alastre para outros tanques. A corporação aguarda o melhor momento para aplicar as três espumas especiais – LGE, F500 e cold fire.

O Ibama afirmou que todas as providências foram tomadas pelas autoridades responsáveis para que o impacto ambiental seja o menor possível. Técnicos fizemos um sobrevoo e constataram que não houve mais mortes de peixes.

Trânsito de caminhões
A entrada de caminhões na Margem Direita do Porto de Santos foi permitida das 22h às 4h para veículos com agendamento nos terminais autorizado pela Codesp. A liberação, válida desde esta quarta-feira, será feita mediante a apresentação de documento comprobatório e com o limite de até 800 veículos de carga. A medida foi acertada em reunião entre representantes da prefeitura e do setor portuário e de transportes.

A triagem dos veículos e a liberação no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) e nos pátios de estacionamento serão realizadas pela Polícia Rodoviária e Ecovias, seguindo a orientação da Secretaria Municipal de Assuntos Portuários.

Na área urbana, a Companhia de Engenharia de tráfego (CET) fará o controle dos comboios de caminhões. No ingresso, os veículos de carga terão como trajeto a Avenida Martins Fontes, ruas Visconde do Embaré e Cristiano Ottoni (que ficará com mão única) até o Porto Valongo. A partir dali, o controle fica a cargo da Guarda Portuária.

Já a saída dos caminhões do Porto ocorrerá em comboios, das 9h às 17h e das 21h às 5h, com ponto de partida no início da Rua João Pessoa. A restrição da entrada de caminhões na Margem Direita foi decidida no domingo (5) pelo Gabinete de Integração. O objetivo foi evitar que a entrada de Santos ficasse bloqueada, pois a alça de acesso do viaduto da Alemoa está fechada devido ao incêndio.

Ajuda Federal
Em reunião na manhã desta quarta-feira, realizada pelo Gabinete de Crise, criado pelo Governo do Estado, a novidade foi a presença do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, que visitou Santos a pedido da presidente Dilma Rousseff. Segundo Occhi, o Governo Federal está preocupado com o incêndio e vem monitorando tudo de perto.

“Estou em Santos para reforçar o apoio federal neste momento de crise. Vim com a demanda de reforçar o estoque de produtos químicos e de caminhões para o combate ao incêndio. O Governo Federal continua acompanhando os desdobramentos de todos os problemas que estão ocorrendo. Na cidade temos representantes do Ministério da Defesa, da Integração Nacional, do Meio Ambiente e da Pesca”, afirma.

Em entrevista coletiva na Prefeitura de Santos, o coronel José Roberto Rodrigues de Oliveira, coordenador estadual da Defesa Civil no Estado de São Paulo, confirmou que fez alguns novos pedidos ao Governo Federal. A ideia, de acordo com ele, é deixar os bombeiros com recursos de sobra para que o fogo possa ser extinguido de vez.

De acordo com o porta-voz do Corpo de Bombeiros na operação, Marcos Palumbo, a quantidade de água utilizada para resfriar os tanques é impressionante. Ele explica que, nesta quarta-feira, 83 mil litros eram despejados por minuto. Segundo ele, o incêndio que atingiu uma favela na Avenida Roberto Marinho, em São Paulo, no ano passado, foi combatido com 240 mil litros de água.

Incêndio continua
O incêndio na empresa Ultracargo começou por volta das 10h de quinta-feira (2). Seis tanques de combustível foram atingidos. No início do incêndio, a temperatura chegou a 800°C mas, segundo os bombeiros, já foi reduzida para cerca de 400°C. As causas do incêndio ainda são desconhecidas.

O combate ao incêndio completou mais de 170 horas nesta sexta-feira. Até agora, cerca de oito bilhões de litros de água do mar foram usados para combater as chamas. Como parte da água é poluída e devolvida para o mar, estudos já apontaram que o incêndio é responsável por uma alta taxa de mortalidade de peixes na região afetada. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ainda não há previsão para o término dos trabalhos.

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Fonte: Revista Proteção

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