Setor de papel e celulose já estuda e implanta recuperação de áreas de mata nativa perto de suas florestas plantadas.
A discussão sobre as mudanças no Código Florestal elevou a novos níveis a tensão entre ambientalistas e ruralistas no Brasil. Apesar das discussões acaloradas, entretanto, há quem busque entendimento e até trabalhar junto com o “outro lado”: assim como a polêmica, têm crescido no País iniciativas de empresas que aliam cultivos à recuperação da mata nativa degradada.

Em alguns casos a propriedade fica mais rica do ponto de vista ambiental do que era antes da presença do plantio. São as chamadas plantações responsáveis.

Casos do tipo são estudados pela ONG WWF e parceiros como governos e empresas no projeto Nova Geração de Plantios (NGP). Encontros entre ONGs, empresários e órgãos governamentais têm entre seus objetivos desenvolver e aplicar um modelo ideal de manejo, onde as plantações florestais mantêm a integridade dos ecossistemas e da biodiversidade, ao mesmo tempo que promovem uma inclusão social.

Segundo o coordenador do Programa da Amazônia do WWF-Brasil, Mauro Armelin, no Brasil o setor de papel e celulose são exemplos do cumprimento do atual Código Florestal, que ajudam na preservação de mata ciliar e reservas legais em propriedades

privadas.

“Eles muitas vezes usam áreas que tinham sido abandonadas por fazendeiros após cultivos agrícolas ou pecuária, e ficaram degradadas. Elas acabam perdendo valor quando há mudanças econômicas nas regiões dessas atividades”, diz. “O mundo precisará cada vez mais de fibra, como a madeira, e combustível, e as florestas plantadas são uma boa alternativa para suprir essa demanda de forma responsável”, acrescenta.

Recuperação de corredor

Uma das primeiras empresas a adotar o NGP e receber orientações do WWF é a Fibria, do ramo de papel e celulose. A empresa está trabalhando com outras organizações e empresas para criar corredores ecológicos para conectar áreas preservadas e beneficiar a fauna e a flora. Um objetivo, por exemplo, é conectar a Serra do Mar com a Serra da Mantiqueira.

A empresa afirma ainda que, de 1,080 milhão hectares de florestas que mantém, 405 mil hectares são destinados à conservação ambiental. Vale lembrar que as organizações ambientais consideram que florestas plantadas podem ser benéficas desde que não substituam as naturais e sim coexistam com elas.

Além do Brasil, há empresas, ONGs e órgãos governamentais envolvidos como NGP na Argentina, China, Chile, Portugal, Inglaterra, África do Sul e Uruguai.

Fonte: O Dia Online

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